domingo, 11 de abril de 2010

Parem as prensas!


O Times anunciou que vai começar a cobrar uma “diária” para quem quiser freqüentar o seu site de noticias. Será que vai funcionar?

Falando daqui do coração da America Latina, é difícil fugir do discurso “Robin Hood” terceiro-mundista, contrário a qualquer ferramenta ou iniciativa disposta a deter a “revolução” _ muito embora, normalmente, não se saiba bem a respeito do que se está falando...

Acho este tipo de argumento exótico à questão e, conseqüentemente, dispensável. A pergunta deveria ser se é possível controlar o fluxo de conteúdo. A industria musical tentou de tudo e hoje se agarra à propagação da “imoralidade” de não se pagar pelo que se consome, com resultados limitados no “primeiro mundo”. Uma idéia difícil de vender globalmente.

Controlar a veiculação de noticias é um terreno ainda mais pantanoso do que tentar regular obras artísticas. Como acusar alguém de plágio por divulgar algo de interesse publico? De que vale uma estrutura montada a partir de uma empresa com correspondentes assalariados ao redor do mundo com milhões dispostos a fazer o mesmo trabalho “de graça”?

BBC, Reuters, Times, são pouco mais do que marcas associadas a um padrão de qualidade numa era em que a posse dos meios de produção em questão esta acessível a todos. Cobrar por este tipo de serviço pode acabar acelerando o ocaso destas organizações...

Não é de hoje que jornais e agencias tradicionais estão chegando atrasadas na publicação do que quer que seja. Tem a seu favor a credibilidade que vem junto com um know how cada vez mais mundano.

O Papa emergiu como o maior pólo de autoridade efetiva depois da queda do Império Romano e viu esta mesma se esvaindo, tornando-se mais moral do que real, até submergir vitima dos nacionalismos do século XIX. Perdeu seus territórios mas continuou esperneando até o século XX, quando se deu conta de que o mundo mudara demais para que ele continuasse o mesmo...

Será que a industria da informação vai conseguir acompanhar a velocidade do mundo atual?
Pode ser que estejamos experimentando um novo patamar de alfabetização. Assim como saber ler libertou milhões de uma elite letrada, a democratização dos meios de comunicação pode ser a carta de alforria que nos transformará a todos em... 

PS: este não é um texto inédito, mas o vejo como pertinente para iniciar minha participação neste blog...

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